Conjuntura

200 mil vítimas da ganância dos de cima

O ano de 2021 começa com a triste e revoltante marca de 200 mil mortes pela Covid-19 no país. Praticamente 1 vítima fatal a cada 1 mil pessoas que vivem no território brasileiro. Somos o segundo país com mais mortos na pandemia, perdendo apenas para os EUA, que não têm um sistema de saúde público universal e gratuito. Quase todo mundo perdeu alguém, ou conhece quem tenha perdido um ente querido para a doença, nesse último ano.

O desenvolvimento de vacinas contra a doença se deu em um tempo recorde, e hoje o mundo já tem imunização para a covid-19. Já são mais de 50 países que começaram a vacinar suas populações, milhões de doses já foram distribuídas, o que vai reduzindo o número de casos, internações e mortes, com uma esperança de que a pandemia fique sob controle. Mesmo vizinhos como Argentina e Chile já iniciaram a vacinação.

Enquanto isso, aqui no Brasil ainda não há uma data certa para o início da imunização. São diversos motivos, como a total incompetência do governo federal, com a saúde comandada por um militar sem qualquer experiência anterior com o SUS, e um presidente da república que parece sentir prazer com o número de mortes crescente, e incentiva todo discurso negacionista, ecoando o discurso de uma parte muito minoritária da população que rejeita a vacina. Não é à toa que vemos voltar a acelerar as mortes, em uma segunda onda que em muitas regiões já é tão assassina quanto a primeira. Está claro que a cada dia que o governo Bolsonaro segue no poder, nosso povo tem um obstáculo a mais para seguir vivo.

De outro lado, vemos governadores e parlamentares de “oposição” com um discurso contrário ao presidente apenas na aparência. Em todo lugar, as medidas de combate à pandemia são insuficientes, e no Congresso o cretinismo parlamentar é evidente, com vistas à melhor estratégia para as eleições de 2022. Somados à Justiça, ao grande empresariado e à grande mídia, os de cima apostam apenas em um “velho normal” de exploração e opressões, enquanto os de baixo sofrem com a pandemia, o corte de despesas públicas, o crescente desemprego e o aumento do custo de vida.

Teremos mais um ano muito duro pela frente, com a grande maioria da população sujeita a perder a própria vida para sobreviver. Não acreditamos que esse sistema apodrecido vá mudar as coisas. Por isso, seguimos fortalecendo as ações de solidariedade entre os de baixo, nas comunidades denunciando a violência do Estado e a falta de políticas públicas, nas lutas das e dos estudantes, nos locais de trabalho contra a retirada de direitos e pela saúde, enfim, construindo os movimentos populares onde o povo se organiza, aplicando nossos princípios organizativos na construção do socialismo libertário, por um processo de ruptura com esse sistema! Acreditamos que esse é o único caminho para transformar nossa realidade, tomando as riquezas nas nossas mãos e construindo um outro modelo de participação política, em que as decisões realmente sejam tomadas pelo povo!

FORTALECER A LUTA E A REVOLTA POPULAR!
CONSTRUIR O SOCIALISMO LIBERTÁRIO!

Coordenação Anarquista Brasileira

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