Opinião Anarquista: SÓ A LUTA MUDA A VIDA DAS MULHERES!
Opinião Anarquista | Março 2024 – versão para impressão
Nesse 8M marcamos, mais uma vez, nossa luta por um mundo feminista, antirracista, socialista e libertário. Para construir esse mundo, o único caminho é a luta popular organizada e autônoma.
Estamos vendo, ano após ano, nossos direitos atacados, nossa liberdade sendo tomada, nossas irmãs sendo vítimas de violência e nossos territórios sendo devastados pela crise climática capitalista.
Enquanto isso, a cada dois anos, dizem que podemos eleger alguém que revogue as leis que nos oprimem e violentam nossos corpos. Nos pedem calma enquanto nossas pautas são reduzidas e negociadas em gabinetes.
Nós, mulheres anarquistas, sabemos que nossos direitos não serão dados por políticos, empresários ou policiais. Precisamos tomar para nós mesmas a responsabilidade por nossa libertação.
Foi assim que nossas irmãs conquistaram o aborto legal na Argentina e no México: construindo coletivos, fazendo manifestações e ocupando prédios públicos até arrancar o direito ao próprio corpo das mãos da igreja, do capital e do estado.
Por um feminismo transinclusivo!
Em nome de um feminismo supostamente “radical”, mulheres trans tem sido perseguidas nas redes e em movimentos sociais. Enquanto anarquistas, entendemos que não há nada de radical na defesa de teorias que fazem coro com quem quer controlar nossos corpos.
Radical é lutar contra o cistema que diariamente mata mulheres trans e travestis, seja com espancamentos ou com a negação dos seus direitos mais básicos, como educação, saúde e trabalho.
Para enfrentarmos, de fato, a raiz dos nossos problemas, precisamos construir movimentos combativos e com independência de classe. Defender nas associações de moradores, sindicatos, movimentos sociais e culturais que só a luta popular nos trará liberdade.
Para revogar reformas, conquistar direitos e defender nossos territórios desse capitalismo colonial, patriarcal e transfóbico, precisamos estar juntas e organizadas, desde abaixo e à esquerda.
