Conjuntura

NÃO ESQUECER E NÃO PERDOAR: A PANDEMIA FOI UM GENOCÍDIO

Nesse dia 12 de março, completam-se 4 anos da primeira morte por COVID-19 no Brasil. Nesses quatro anos, sobrevivemos por meio das lutas pelo direito à saúde, pelo direito ao isolamento, por renda emergencial e comida na mesa, pelas vacinas e pela mais básica dignidade ao povo trabalhador.

Os governos, incluindo o atual governo federal, aliados de empresários, da imprensa burguesa e dos militares golpistas e assassinos insistem, todos, em um grande acordo nacional pelo esquecimento, pelo apagamento do período da pandemia no Brasil. 

Essa crise sanitária foi transformada, por omissão e por ações deliberadas, em uma chacina de trabalhadoras. Um projeto de extermínio, um genocídio que não pode jamais ser naturalizado ou esquecido.

Bolsonaro e seus ministros impediram os cuidados do povo, falsificaram cartões de vacinação e fizeram festa e escárnio enquanto os cartórios abriam à noite, em regime de plantão, para dar conta de tantos certificados de óbito. Em apenas um dia de Abril de 2021, 4 mil pessoas morreram sem ar, esgotadas, enquanto Bolsonaro andava de jetski. 

Ao menos 700 mil pessoas morreram de covid no país. Muitas sufocaram até a morte, sem oxigenio; milhares enterraram suas familiares em valas comuns, abertas com as próprias mãos, já que já não havia mais espaço nos cemitérios; foram milhares de crianças a perderem seus pais e mães. O agronegocio “passou a boiada” de queimadas e destruição enquanto contaminava povos indígenas arbitrariamente. 

Tudo enquanto Bolsonaro e seus amigos negociavam propina em dose de vacina, recomendavam medicamentos sem efeito, negavam o direito ao isolamento e debochavam das pessoas mortas, rindo da nossa cara enquanto o povo precisava escolher entre morrer de fome ou de vírus.

Os teatros de CPIs e investigações não responsabilizaram concretamente ninguém. O projeto político genocida teve enorme força eleitoral e continua mobilizando massas nas ruas. Os empresários assassinos, como os da prevent senior e seus métodos nazistas, continuam lucrando. Os militares, cúmplices da matança, continuam nos mesmos lugares de sempre.

Celebrar que esse fascista seja condenado por “corrupção” ou “atentado à democracia” seria se aliar ao esquecimento. Bolsonaro e sua cúpula militar precisam ser cobrados como genocidas que são. 

Nós, da Coordenação Anarquista Brasileira, estamos firmes para estender a mão e para erguer o punho em denúncias e atos de memória. Nos colocamos ao lado de quem sofre, ainda hoje, as consequências e as dores do genocídio. Não deixaremos que vitória eleitoral nenhuma nos faça parar de gritar por justiça, por memória e por reparação.

NÃO FOI SÓ PANDEMIA, FOI UM GENOCÍDIO ORGANIZADO PELOS DE CIMA

NÃO ESQUECER E NÃO PERDOAR: MILITARES E EMPRESÁRIOS SÃO ASSASSINOS DO POVO!